agosto 26, 2012

Um novo recomeço, a confirmação do velho ciclo


Escrever sobre a bruxaria para mim é sempre um prazer. No entanto, esse prazer não justifica nenhuma segurança sobre o conteúdo. Esta é a minha interpretação dos fatos da vida, sob a perspectiva da bruxaria. Quer dizer, estou tentando repensar a bruxaria que existe dentro de mim. E para isso, eu tenho que redescobri-la novamente.
                É com muita alegria que eu escrevo este texto, porque já tenho um passo dado, e isso me fez sentir voltar para casa. Quando eu comecei a sentir que a bruxaria foi perdendo o espaço no meu interesse, fiquei me perguntando sobre o motivo. Então, comecei a refletir a partir da lógica que eu ganhei sendo wiccano por sei lá quantos anos. Se tudo é um ciclo, então, uma hora o interesse vai e outra ele volta. Por isso, nunca me preocupei de fato se eu estava saindo dessa prática. Só que dessa última vez, eu fiquei com medo.
                Meu pentagrama já não tinha o mesmo peso e a mesma importância. O caldeirão, que é um espaço tão sagrado que eu cultivei com boas energias, só tinha folhas secas e cinzas no fundo. Parado no canto. Sim, o altar desapareceu. Acho que isso ajudou um pouco também na derrocada do negócio.
                Recentemente, fiz umas leituras e pesquisas sobre a aquisição da linguagem e a compreensão em uma perspectiva cognitiva. A cognição é que nos permite atribuir valor simbólico aos sons, e através dessa força que é a linguagem, movemos nossas vontades nos meios sociais em que frequentamos. Pois bem, está aí a importância do símbolo. Reconquistei meu pentagrama. Mas e o caldeirão. Eu sempre fui seguidor de Hecate, desde que ela fez seu primeiro chamado (eu não sei bem se eu entendi direito o chamado Dela, porque Ela me chamou já algumas vezes, e eu já me sentia chamado. A sensação que dava é que eu devia estar tão por fora de tudo que Ela até pensou que eu nem estava prestação atenção).
                Mas onde está ela, agora? No meu coração, ela ainda existe, mas não sinto mais sua energia como antigamente. Aliás, falando em energia, esse lance energético é um fato que ocorre também com os animais não humanos. Por exemplo: revoadas e cardumes que se movimentam como se fossem só um corpo. Pesquisas mostraram que existe uma conexão telepática entre dois seres que estabelecem laços, sejam esses seres somente animais humanos, ou somente animais não humanos, ou ainda um grupo misto, que é o caso em que vivemos na sociedade atual dos pets e da exploração animal pelo capitalismo.
                Essa energia que une nós, seres vivos, para mim, tem muita coisa envolvida aí. Como a intuição, por exemplo. Para mim, a intuição é a voz dessa energia. Como não lidamos com a intuição na sociedade cristã, fica muito difícil desenvolver adequadamente o uso da intuição, mas senti um salto na minha depois de compreender a natureza energética da sociedade animal mista.
                Como se vê, momento de reflexões, raciocínios, releituras, rebruxiarias...