Escrever sobre a bruxaria para
mim é sempre um prazer. No entanto, esse prazer não justifica nenhuma segurança
sobre o conteúdo. Esta é a minha interpretação dos fatos da vida, sob a
perspectiva da bruxaria. Quer dizer, estou tentando repensar a bruxaria que
existe dentro de mim. E para isso, eu tenho que redescobri-la novamente.
É com
muita alegria que eu escrevo este texto, porque já tenho um passo dado, e isso
me fez sentir voltar para casa. Quando eu comecei a sentir que a bruxaria foi
perdendo o espaço no meu interesse, fiquei me perguntando sobre o motivo.
Então, comecei a refletir a partir da lógica que eu ganhei sendo wiccano por
sei lá quantos anos. Se tudo é um ciclo, então, uma hora o interesse vai e
outra ele volta. Por isso, nunca me preocupei de fato se eu estava saindo dessa
prática. Só que dessa última vez, eu fiquei com medo.
Meu
pentagrama já não tinha o mesmo peso e a mesma importância. O caldeirão, que é
um espaço tão sagrado que eu cultivei com boas energias, só tinha folhas secas
e cinzas no fundo. Parado no canto. Sim, o altar desapareceu. Acho que isso
ajudou um pouco também na derrocada do negócio.
Recentemente,
fiz umas leituras e pesquisas sobre a aquisição da linguagem e a compreensão em
uma perspectiva cognitiva. A cognição é que nos permite atribuir valor
simbólico aos sons, e através dessa força que é a linguagem, movemos nossas
vontades nos meios sociais em que frequentamos. Pois bem, está aí a importância
do símbolo. Reconquistei meu pentagrama. Mas e o caldeirão. Eu sempre fui
seguidor de Hecate, desde que ela fez seu primeiro chamado (eu não sei bem se
eu entendi direito o chamado Dela, porque Ela me chamou já algumas vezes, e eu
já me sentia chamado. A sensação que dava é que eu devia estar tão por fora de
tudo que Ela até pensou que eu nem estava prestação atenção).
Mas
onde está ela, agora? No meu coração, ela ainda existe, mas não sinto mais sua energia
como antigamente. Aliás, falando em energia, esse lance energético é um fato
que ocorre também com os animais não humanos. Por exemplo: revoadas e cardumes
que se movimentam como se fossem só um corpo. Pesquisas mostraram que existe uma
conexão telepática entre dois seres que estabelecem laços, sejam esses seres
somente animais humanos, ou somente animais não humanos, ou ainda um grupo
misto, que é o caso em que vivemos na sociedade atual dos pets e da exploração
animal pelo capitalismo.
Essa
energia que une nós, seres vivos, para mim, tem muita coisa envolvida aí. Como
a intuição, por exemplo. Para mim, a intuição é a voz dessa energia. Como não
lidamos com a intuição na sociedade cristã, fica muito difícil desenvolver
adequadamente o uso da intuição, mas senti um salto na minha depois de
compreender a natureza energética da sociedade animal mista.
Como se
vê, momento de reflexões, raciocínios, releituras, rebruxiarias...
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