novembro 09, 2010

O JOGO INICIÁTICO DA OCA


Esse foi meu tiro no escuro. Eu não conhecia esse jogo, nunca tinha ouvido falar dele. “Eu? Não sabia!” (rs). Até que comecei folhear durante um café na livraria e minha curiosidade ficou aguçadíssima. Aproveitei a frustração de ter sido vendido outro título que eu estava disposto a comprar, levei esse pela empolgação e gostei muito. É curtinho e bem gostoso de ler. Para quem quer saber mais sobre o livro que eu comprei, este é o link dele na [adivinha onde?] Editora Madras[Vou vender meu peixe para a Madras. Em todos os posts tem uma propaganda... rsrsrsrs]

Agora, eu vou fazer uma rápida viagem pelo livro para apresentar alguns dos pontos que eu gostei bastante, ou que eu acho importante. Logo no prefácio, vi uma frase com a qual foi identificação à primeira lida: “... o caminho para encontrar a felicidade não é buscá-la, mas simplesmente percebê-la, senti-la.

Na introdução, seguimos viagem pela simbologia por trás dos labirintos. “Símbolo de proteção, caminho de iniciação, entrada para o mundo espiritual” (p. 9) são algumas das possibilidades de leitura do labirinto proposto pela autora. Como eu gosto muito de transcrever pequenos trechos, vou começar já! : “A experiência de um labirinto, qualquer que seja sua forma [...], produz sempre o mesmo efeito psicológico: uma alteração temporal da orientação consciente que pode confundir ao que faz o recorrido, fazendo com que se perca – simbolicamente – o seu caminho. E ao mesmo tempo lhe abre novas dimensões cósmicas da natu8reza transcedental” (p.13). Ou seja: é um revertério só. A gente traça o percurso do labirinto, rompendo com o uso das nossas aprendizagens, de nossos reflexos e ficamos expostos a nós mesmos, desnudos. Achei interessante o tabuleiro fazer um labirinto para trilhar mesmo esse percurso daquilo que pode vir a ser uma auto-descoberta. O jogo também recupera o caminho de Tiago de Compostella e o livro trabalha a fundo a relação entre eles: o caminho, o nome, o lugar... tudo.
O capítulo seguinte vai dar uma base sobre formatos de labirintos. Então, temos uma leitura mais técnica, visualizativa. É interessante a gente observar os labirintos que a gente já viu na vida, desde aqueles em jardins que vemos nos filmes, até aqueles que faziam parte das atividades do gibi da Mônica. Tudo tudo tudo que você já viu de labirinto na sua vida, parece que tem uma pitadinha aqui. Se é uma ou mais saídas. Se é um único caminho para entrar e sair, se é quadrado, redondo. Tudo mesmo.Mas só vou falar um pouquinho mesmo do formato do labirinto que é o tabuleiro do Jogo Iniciático da Oca. Para isso, mas um trechinho do livro: “O círculo foi considerado a representação da totalidade; a espiral, uma imagem de transformação e crescimento, e o labirinto, um caminho de meditação.” Isso reflete bem o percurso proposto pelo jogo. Como na imagem do post [que é o tabuleiro], vemos que o labirinto é circular e propõe um caminho que inicia fora do labirinto e o ponto final é o Centro. Esse formato também está impregnado de culturas e pensamentos, que no livro vemos com mais detalhes. Mas aqui vai um trecho resuminho: “O Centro é um dos temas fundamentais da Tradição Iniciática, que, por ser o ponto do equilíbrio, tende a permanecer estável, equilibrado e imutável, representando realidades tanto internas quanto externas, macrocósmicas e microcósmicas ao mesmo tempo” (p. 25) Entre outras referências que o livro traz sobre o assunto (como com a mitologia egípcia, o taoísmo, e outros), eu vou colocar só a que ela fez com as histórias do Rei Artur. É legal a gente observar a importância da mesa, da Távola Redonda, para quem já leu os romances da saga “Brumas de Avalon”, ou que tenha visto o filme, ou que tenha tido qualquer contado com isso. A távola é um símbolo sempre muito forte. Legal também foi ver nho outro livro que li a relação entre os personagens das histórias de Rei Artur e sua irmã Morgana, a Fada.
Na sequência, a viagem segue rumo a São Tiago de Compostella. Uma explicação sobre a mitologia local e suas referencias cristãs e celtas são ressaltadas. Claro, vamos na Celta. O caminho que os peregrinos fazem é povoado por gansos. Os gansos, na visão celta, assim como os cisnes, são mensageiros do outro mundo, como se fossem uma ponte entre a Terra e o Céu. Durante o jogo, aparecem estrategicamente colocadas algumas ocas (palavra para ganso, na língua espanhola) e a central, que e também um Cisne, símbolo da transformação, da afloração de um eu contido. Tem um post aqui no blog que fala sobre a simbologia do cisne, né? Acho que coloquei já. Achei legal a última casa, a do centro e a que e o ponto de chegada, ter um cisne, reforçando a transformação, proposta pela palavra Iniciática no título do jogo.
No livro tem um capítulo que trata só sobre iniciação. Recomendo o texto para todos que pretendem se iniciar, porque vai dar uma visão legal sobre o assunto. Ma eu só vou mesmo reportar pedacinhos do texto. “A iniciação, em essência, é uma transformação individual, que implica a transição de um plano de consciência e desenvolvimento para outro. As iniciações são orientadas a estimular tais transformações, exigindo-se virtudes e práticas na vida diária e, principalmente, nas reformas interiores, que induzem na mudança de atitudes.
O livro também apresenta referências às cartas do Tarô, que ocupam algumas das casas do labirinto do jogo. Bom, acho que falei bastante sobre o livro. Esses elmentos são os que eu acho que foram mais relevantes na minha leitura. O livro também apresenta um parecer de casa por casa, as regras do jogo e tal.


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